Creio em Deus Pai: Oração do Credo

“Creio em Deus Pai Todo-Poderoso” quantas vezes oramos a oração do Credo, talvez quase sem perceber a profundidade que essas palavras carregam? Entre os suspiros da alma cansada e as preces sussurradas no silêncio da noite, esta simples afirmação torna-se uma âncora para quem crê.

Hoje, quero te convidar a parar por um instante e refletir comigo: o que realmente significa dizer “creio em Deus Pai” em oração? Que imagem de Deus está guardada em nosso coração ao fazer essa declaração? Ela é apenas parte de uma oração decorada… ou um grito de confiança vindo das profundezas do nosso ser?

Neste texto, vamos mergulhar no coração dessa afirmação tão central da fé cristã. Vamos explorar como essa profissão de fé, muitas vezes repetida no Credo Apostólico, pode ser uma oração viva, cheia de significado, capaz de renovar a nossa confiança em um Pai que nunca nos abandona.

Se você está buscando uma oração sincera, uma conversa com o Pai Celestial que seja mais do que palavras… este post é para você.

Crer em Deus Pai: Uma Confissão que é Oração

Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra…” e assim começa uma das orações mais antigas da fé cristã, o Credo Apostólico. Repetida há séculos por milhões de fiéis, essa frase não é apenas uma declaração doutrinal. Ela é, em sua essência mais profunda, uma oração. Uma súplica, uma confiança, um salto de fé.

Dizer “creio em Deus Pai” é muito mais do que aceitar intelectualmente a existência de um ser supremo. É um ato de entrega. É como uma criança que pula nos braços do pai com os olhos fechados, sabendo que será acolhida. A oração do credo nasce, então, do coração que reconhece sua dependência e repousa no amor paternal de Deus.

Quantas vezes em meio à dor, à incerteza ou ao silêncio do céu, não somos chamados a repetir essa simples verdade como quem segura firme uma corda no meio da tempestade? “Creio, Senhor… ajuda a minha incredulidade!” (Mc 9,24).

Onde surgiu a oração do “Creio em Deus Pai”?

O Credo Apostólico, conhecido por iniciar com a frase “Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra”, é uma das mais antigas profissões de fé da Igreja. Apesar do nome, ele não foi escrito diretamente pelos apóstolos, mas é chamado de “apostólico” porque resume fielmente os ensinamentos deixados pelos apóstolos e pela Igreja primitiva.

A origem do Credo está ligada ao batismo. Nos primeiros séculos do cristianismo, os novos cristãos recitavam esta profissão de fé antes de serem batizados. Era uma forma de declarar publicamente aquilo em que criam — uma verdadeira oração de entrega e compromisso com a fé em Jesus Cristo e na Trindade.

O texto, em sua forma mais conhecida, foi sendo desenvolvido entre os séculos II e IV, especialmente nas comunidades cristãs do Ocidente, como Roma. Com o tempo, foi sendo reconhecido e usado em toda a Igreja como expressão comum da fé cristã, especialmente para combater heresias e preservar a doutrina apostólica.

Como afirmava Santo Irineu de Lyon (século II), “A fé da Igreja, guardada fielmente desde os apóstolos, é a mesma em todo lugar, sendo proclamada por todos os verdadeiros discípulos de Cristo.”

Até hoje, o Credo continua a ser recitado em celebrações litúrgicas e momentos de oração pessoal, lembrando-nos do essencial da fé: crer em Deus Pai, em Jesus Cristo, no Espírito Santo e na vida eterna.

Deus Pai: Quem é Aquele em Quem Cremos?

Jesus nos revelou que Deus não é apenas Criador, Ele é Pai. E não um pai distante, mas um Pai que vê em secreto (Mt 6,6), que conhece nossas necessidades antes mesmo que peçamos (Mt 6,8), que acolhe com ternura o filho pródigo e vai ao encontro da ovelha perdida (Lc 15).

Crer em Deus Pai é reconhecer que nossa vida não é fruto do acaso, que fomos sonhados e criados com amor. É saber que mesmo nas situações mais difíceis, há um Pai nos sustentando, ainda que não O vejamos. Santo Agostinho dizia: “Tarde Te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova! Tu estavas dentro de mim e eu fora…”

Essa certeza muda tudo. Torna nossa oração mais confiante, nosso olhar mais esperançoso, nossa fé mais concreta. Pois se Deus é Pai, não somos órfãos, mesmo quando a vida parece nos abandonar.

A Oração que Nasce do Credo

A oração “Creio Deus Pai” pode (e deve) ser feita com o coração. Não precisa ser repetida apenas como parte da liturgia. Podemos transformá-la em oração pessoal, viva, íntima:

  • Ao acordar, dizendo: “Pai, creio que estás comigo neste novo dia.”
  • Diante de uma dor: “Pai, eu não entendo, mas creio.”
  • Em momentos de gratidão: “Pai, sei que tudo vem de Ti. Obrigado.”

Orar com o Credo é uma forma poderosa de reafirmar nossa identidade como filhos. Quando nos faltam palavras, declarar nossa fé é, por si só, uma forma de adoração. E quando nosso coração duvida, repetir a verdade nos ajuda a reencontrar o caminho.

Oração do Creio em Deus Pai

Credo Apostólico

(Tradição ocidental – usado no Batismo e em orações pessoais)

Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra.

E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado.
Desceu à mansão dos mortos.
Ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai, Todo-Poderoso,
donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo,
na Santa Igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne,
na vida eterna.

Amém.

Este credo tem origem no uso batismal da Igreja primitiva (século II–IV). Cada frase respondia a uma pergunta dirigida ao catecúmeno: “Crês em Deus Pai?… Crês em Jesus Cristo?…” — e a resposta era o “Creio”, expressão de fé e compromisso.

Credo Niceno-Constantinopolitano

(Tradição universal – recitado especialmente na Missa)

Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso,
criador do céu e da terra,
de todas as coisas visíveis e invisíveis.

E em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigênito de Deus,
nascido do Pai antes de todos os séculos:
Deus de Deus, Luz da Luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro,
gerado, não criado,
consubstancial ao Pai.
Por ele todas as coisas foram feitas.

E por nós, homens, e para nossa salvação,
desceu dos céus:

e se encarnou pelo Espírito Santo,
no seio da Virgem Maria, e se fez homem.

Também por nós foi crucificado
sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado.

Ressuscitou ao terceiro dia,
conforme as Escrituras,
e subiu aos céus,
onde está sentado à direita do Pai.

E de novo há de vir, em sua glória,
para julgar os vivos e os mortos;
e o seu Reino não terá fim.

Creio no Espírito Santo,
Senhor que dá a vida,
e procede do Pai e do Filho;
e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado:
Ele que falou pelos profetas.

Creio na Igreja,
una, santa, católica e apostólica.

Professo um só batismo
para a remissão dos pecados.

E espero a ressurreição dos mortos
e a vida do mundo que há de vir.

Amém.

Este credo foi formulado nos Concílios de Nicéia (325) e Constantinopla (381), para esclarecer a fé da Igreja diante das heresias da época, especialmente sobre a divindade de Jesus e do Espírito Santo.

Conclusão

Crer em Deus Pai é um ato cotidiano. Não acontece apenas no templo ou em momentos de oração. É quando você escolhe perdoar, mesmo machucado. Quando decide recomeçar, mesmo cansado. Quando se levanta após uma queda, acreditando que alguém maior te sustenta.

Essa fé muda a forma como enfrentamos o mundo. Sabemos que há um Pai que nos vê, que conhece nossas lágrimas, que se alegra com nossas vitórias e que caminha ao nosso lado, mesmo quando não o sentimos.

Nos momentos de escuridão, essa oração se torna um fio de luz: “Creio em Deus Pai… e por isso sigo em frente.”

A oração “Creio Deus Pai” não é apenas uma herança dos primeiros cristãos é um presente vivo para os dias de hoje. Ela nos convida a voltar à essência da fé: confiar. Não em fórmulas ou estruturas, mas em um Deus que é Pai, e que nos ama com amor eterno.

Que essa oração se torne, em sua vida, mais do que palavras que seja um abrigo, um altar interior, uma fonte de paz.

Os versículos bíblicos citados neste artigo são da versão Almeida Revista e Corrigida (ARC), uma tradução em domínio público amplamente utilizada por cristãos de diversas tradições.

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